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Tradições

A história da cerâmica marajoara

15/03/2025
Por Juliana Costa
A história da cerâmica marajoara

A cerâmica marajoara é uma das mais importantes expressões culturais do Brasil pré-colombiano. Desenvolvida na Ilha de Marajó, localizada no estado do Pará, essa tradição cerâmica teve seu auge entre os séculos V e XIV, produzida por sociedades indígenas complexas que habitavam a região.

O que torna essa cerâmica tão especial é sua sofisticação técnica e estética. As peças marajoaras são conhecidas por seus intrincados padrões geométricos e representações zoomorfas (de animais) e antropomorfas (de figuras humanas). As cores predominantes são o vermelho, preto e branco, obtidas de pigmentos naturais da região amazônica.

Técnicas ancestrais

Os artesãos marajoaras dominavam técnicas avançadas de modelagem, como o acordelado (sobreposição de roletes de argila), e de decoração, incluindo incisão, excisão, modelagem e pintura. A queima era feita em fornos a céu aberto, resultando em peças de notável durabilidade.

As urnas funerárias são talvez os exemplares mais conhecidos dessa tradição, utilizadas em rituais mortuários. Estas podiam chegar a um metro de altura e apresentavam uma riqueza decorativa impressionante, refletindo crenças sobre a morte e a transição para outro mundo.

Preservação da tradição

Hoje, artesãos contemporâneos da região continuam a produzir cerâmica inspirada na tradição marajoara, adaptando técnicas ancestrais e mantendo vivo esse importante patrimônio cultural. Em cidades como Belém e Soure, é possível encontrar ateliês onde a cerâmica marajoara é produzida e comercializada.

Museus como o Museu do Marajó e o Museu Paraense Emílio Goeldi abrigam importantes coleções de peças originais, permitindo ao público conhecer mais sobre essa expressão artística que é um verdadeiro tesouro da cultura brasileira.

Influência contemporânea

A estética marajoara transcendeu o campo da cerâmica e hoje influencia diversos setores do design brasileiro, da moda à arquitetura. Seus padrões são reconhecidos como símbolos da identidade cultural amazônica e valorizam produtos artesanais em mercados nacionais e internacionais.

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